quinta-feira, 30 de outubro de 2008

DEPOIMENTO DE UMA JOVEM COM PC

Achei um depoimento de uma jovem com PC muito interessante ai vai:

Escrevi esse texto em forma de questionário, achei que seria mais fácil de entender.1) Quais dificuldades você ainda enfrenta por conta de sua deficiência motora?O grande problema é que as pessoas têm preconceito e confundem dificuldade motora com intelectual (debilidade mental mesmo). A pessoa com paralisia cerebral tem inteligência normal, a não ser que a lesão tenha afetado áreas do cérebro responsáveis pelo pensamento e pela memória, o que não foi o meu caso.2) Você percebe que as pessoas fazem essa confusão?Claro e tenho diversos exemplos. Há pessoas que falam comigo por sinais ou gritam, pensando que sou surda só porque aparento uma deficiência. Outras conversam com meus acompanhantes como se eu não estivesse presente, coisas do tipo:- Ela não gostou da roupa?- O que ela vai comer?- Puxa, deve ser difícil ter uma filha assim.- Nossa, ela sabe ler e escrever!Já outras, são tão atenciosas que dá vontade de rir, dizendo e fazendo coisas do tipo:- Quer que eu te ajude a preencher a ficha?(numa entrevista de emprego, só faltou pegar na minha mão e escrever como se faz nas escolas, rs...)- Menina, sua mãe te deixa sair sozinha? É perigoso, vou te levar pra casa.- Não atravesse a rua sozinha, você pode se machucar.Meus pais sempre souberam que o meu problema era só a coordenação motora. Quando fui pra escola, praticamente todos falaram que eu era uma retardada mental e que deveria ir para escolas especiais. Sempre precisei provar às pessoas que eu era intelectualmente normal e continuo fazendo isso.3) De que maneira lida com essas situações?Bem, eu não digo que tiro todas as situações de letra... Mas estou chegando lá. Na escola, por exemplo, enfrentei vários empecilhos... Como não conseguia falar direito quando eu queria, acabava ficando meio calada. Mas nunca deixei de ter amigos. Um deles sempre me ajudava na hora de copiar a matéria porque em virtude da minha falta de coordenação motora eu não conseguia copiar a tempo o que a professora passava na lousa. Isso me constrangia muito... Pelo fato de pensar que era uma pessoa normal. Chegava até sonhar com momentos em que conseguiria copiar numa boa. O grande problema do deficiente físico é esse. Ele reconhece a própria limitação e fica chateado. Mas meus amigos me ajudaram muito e até hoje eu sinto que devo muito a eles. Sem contar a minha família, que é maravilhosa!4) Como você vê as publicações específicas para pessoas com deficiência?A iniciativa dessas pessoas em querer divulgar ou criar publicações para as pessoas com deficiência é muito boa, porém depende bastante do interesse do deficiente. Eu, particularmente, sempre quis mostrar o que eu penso. Devido à falta de informação técnica e humana, muitas pessoas me julgam de maneira errada. Portanto, é inegável a vantagem que me trazem essas publicações por darem espaço... Conseqüentemente, quanto mais se fala das deficiências melhor. Porém, é preciso que a abordagem seja correta. As pessoas com deficiências não podem ser retratadas como “coitadas”. Daí a importância de matérias sérias. Acho que essas publicações específicas, que são poucas, deveriam ser mais divulgadas, pois o objetivo é esclarecer os outros indivíduos e não apenas informar os deficientes do que eles podem fazer para viver melhor, etc... É interessante porque com essa pergunta eu me toquei que, mesmo sendo deficiente, sempre convivi numa comunidade “normal”... Eu nem sabia que existiam publicações voltadas aos deficientes!5) Quando as coisas ficaram mais fáceis para você?Querendo ou não, a paralisia cerebral me deixou seqüelas com as quais terei de conviver a vida toda. Quando as pessoas viram que meu potencial era grande passaram a me tratar como uma pessoa igual a elas, com a mesma capacidade de todos. Agora, falar sobre isso tudo, por exemplo, é muito bom porque são coisas que eu superei e continuo superando!6) Como foi a sua vida durante a faculdade?Foi uma das melhores fases da minha vida. Não cheguei a sofrer algum tipo de preconceito que me deixasse tão abalada. Claro que sempre tem algumas pessoas que te olham diferente, com mais dificuldade de aceitar uma deficiência. Os professores sempre foram muito legais comigo. Por causa da paralisia cerebral a minha fala é um pouco lenta e ando com um pouco de dificuldade. Mas nunca me deixei abater por isso.7) Você chegou a trabalhar em algum lugar fora da sua área?Nunca atuei em outra profissão. Adoro trabalhar com a química, que é uma área que evolui a cada dia. Vivo fazendo cursos de atualização, pois cada dia tem uma novidade na área. Fiz especialização em Petroquímica. Adorei.Logo que entrei pra faculdade comecei a batalhar muito por um emprego (estágio). Naquela época, o campo de trabalho era bem mais limitado do que é hoje. E o preconceito era e é muito forte, numa área considerada masculina, imagina sendo deficiente...Agora o problema é outro, convencer as pessoas de que “o chefe” sou eu, costumam entrar na minha sala e perguntar: - O chefe vai demorar? E eu respondo, sou eu, o que deseja? rs...8) Você já tentou entrar no mercado de trabalho e não foi aceita por causa da deficiência?Sim, mas isso foi antes de conseguir meu estágio. Fiz vários concursos públicos e passei sempre entre os 3 primeiros lugares. Sempre me reprovavam na conversa com as psicólogas, que diziam que tenho inteligência acima do normal (naqueles testes ridículos, rs...), mas não poderiam dar o emprego porque não conseguiria atender um telefonema (sem nenhum tipo de teste) ou porque não conseguiria ficar muito tempo de pé, etc...Fazia ficha para uma vaga de emprego e nunca era chamada. Percebia que o motivo era a minha deficiência. A desculpa por parte do empregador era sempre a mesma, a de que a vaga já havia sido preenchida. 9) Como você vê a questão da inclusão social das pessoas com deficiência hoje em dia?Acho que a pessoa com deficiência ainda encontra muitas barreiras em seu dia-a-dia. A falta de acessibilidade nas ruas, nas construções civis e nos transportes ainda é freqüente. O fator psicológico também conta muito. Se o deficiente não tiver uma boa base familiar para se apoiar, não chega a lugar algum. A sociedade ainda nos olha com pena, como se fossemos pessoas incapazes.10) O que ainda é preciso ser feito para que todas as pessoas com deficiência sejam incluídas na sociedade?Cabe ao deficiente provar, cada dia, que ele é um ser humano comum com algumas limitações e que precisa de apoio da sociedade e do poder político para criar e cumprir algumas leis que defendam os nossos direitos. As pessoas com deficiência precisam de oportunidades e igualdades de chances para que elas possam levar uma vida normal. Ela não quer pena e sim mostrar a sua capacidade dentro de seu limite. A palavra inclusão é bonita quando dita em algum discurso, mas na prática ela ainda é difícil de ser aplicada.11) O que você mais gosta de fazer?Gosto de ouvir música, ler romances, ficar no computador, navegando pela internet, visitando sites. Gosto de estar por dentro das novidades da minha área. Às vezes também vou ao shopping, cinema, barzinhos.12) Quais são seus planos para o futuro?Trabalhar na minha área que eu adoro, estudar mais e fazer algo para ajudar a melhorar a vida das pessoas com deficiência.13) Você gostaria de deixar alguma mensagem para os nossos leitores?A mensagem que deixo é a seguinte: Cada deficiente tem que lutar pelos seus direitos.Reconhecer limitações, driblar preconceitos e buscar seus objetivos, insistentemente.Só assim vamos juntar as nossas forças para fazer um mundo com menos preconceito.Adoro essa mensagem que recebi de um amigo, embora não saiba o autor dela.“A história tem demonstrado que os mais notáveis vencedores superam obstáculos antes de triunfar. Venceram porque se negaram a ser desencorajados e acreditaram que sonhos se tornam realidade, sem essa possibilidade a natureza não nos permitiria tê-los”

Fonte do texto: http://cidadao-pc.blogspot.com/2007/02/preconceito-ou-falta-de-informao.html

Lucas Dantas
lucasrdantas@gmail.com

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

DICA

Essa semana achei um livro muito interresante, que chama Por que Heloisa, escrito por Cristiane Soares mãe de uma portadora de PC. O livro explica ilustradamente e com linguagem facil o que é PC, e como pode se viver bem com ela. Ai vai o blog do livro:
http://porqueheloisa.blogspot.com/


Lucas Dantas
lucasrdantas@gmail.com

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

UP: INTISTUTO ELDORADO/OFICINA DO FUTURO

Todo post quecomeçar com UP, quer dizer: UTILIDADE PUBLICA, ou seja uma propaganda de algo. QUER ANUNCIAR MANDE UM EMAIL.

Fui procurado por um instituto de campinas, que esta fazendo um belo trabalho de inclusão no mercado de trabalho no qual segue abaixo :
Lucas Dantas
lucasrdantas@gmail.com
Eldorado capacita pessoas com deficiência para o mercado de trabalho em TI

O Instituto de Pesquisas Eldorado oferece vagas para pessoas com deficiência interessadas em fazer cursos gratuitos de capacitação profissional: Soluções em TI e Processos de Manufatura, que serão oferecidos pelo programa Oficina do Futuro PcD – A competência faz a diferença.

Os interessados devem ter concluído ou estar cursando o nível médio e pelo menos 18 anos completos em 2008. A primeira turma começou em 15 de setembro. A próxima, para pessoas com deficiência visual e física, terá início em outubro. As aulas acontecem na sede do Instituto de Pesquisas Eldorado, que fica próximo ao campus da Unicamp. Mais informações podem ser obtidas no site www.oficinadofuturo.org.br ou pelo telefone 19 3757-3032 , com Tais Olivieri, das 8 às 17 horas. Os currículos devem ser enviados para tais.olivieri@eldorado.org.br.

A iniciativa faz parte do Oficina do Futuro, que desde 2004 já capacitou mais de 2 mil alunos. O projeto-piloto do Oficina do Futuro PcD – A competência faz a diferença – foi lançado no final de 2007, preparou cerca de 20 pessoas com deficiência para atuarem em empresas das áreas de telecomunicações, informática e manufatura. Até o final do ano, serão mais 60 pessoas com deficiências auditiva, física ou visual serão capacitadas para o mercado de trabalho, viabilizada por uma parceria firmada com uma empresa de TI/Telecom da região.

O principal objetivo é aumentar a quantidade e melhorar a qualidade da capacitação de pessoas com deficiência para que possam aproveitar as oportunidades oferecidas pelo mercado de trabalho nas áreas de telecomunicações, informática e manufatura, destacando-se por sua competência, sendo este seu principal diferencial.

Os alunos do PcD recebem gratuitamente capacitação profissional para trabalhar com mainframe e processos de manufatura. Além do conteúdo técnico, que é igual ao oferecido às pessoas sem deficiência, o programa inclui também etiqueta social e corporativa.

"A opção do Eldorado por implantar o PcD se deveu a dois fatores principais, que poderiam ser compatibilizados: a dificuldade na contratação de mão-de-obra capacitada para cumprir a Lei de Cotas e os 4 anos de reconhecida experiência com grandes programas de capacitação aplicados no Oficina do Futuro para profissionais de diversos níveis, da graduação à pós-graduação, mestrado e doutorado para empresas de TI/Telecom como IBM", afirma Jaylton Ferreira, gerente Executivo de Operações e Tecnologia do Instituto de Pesquisas Eldorado, que identificou em uma pesquisa com as 20 maiores empresas de TI/Telecom da Região Metropolitana de Campinas uma série de dificuldades na contratação de pessoas com deficiência e centrou esforços para a capacitação profissional.

Eldorado
Malu Legaspe
Assessoria de Comunicação
Instituto de Pesquisas Eldorado
marialucia.legaspe@eldorado.org.br
www.eldorado.org.br
Fone: (19) 3757 3067
Fax: (19) 3757 3131


Tais Veríssimo Olivieri
Departamento de Educação
Instituto de Pesquisas Eldorado
Fone (19) 3757.3032

tais.olivieri@eldorado.org.br

www.eldorado.org.br

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

UM NOVO BLOG

Após  15 dias volto hoje trazendo novidades, a agenda do blog muda:  os posts serão feitos entre segunda e quarta. Recentemente andei pesquisando muito sobre deficientes bem sucedidos , achei uma pessoa muito interessante. Mara gabrilli vereadora de São Paulo. mesmo Tetraplégica ela trabalha, namora, da lição de vida e ainda posou nua. Segue abaixo um link sobre a Mara:

http://vejasaopaulo.abril.com.br/revista/vejasp/edicoes/1994/m0122085.html

 

também pesquisei muito sobre relacionamento, e achei muita coisa, mas algo me chamou atenção, existe preconceito tanto da familia do deficiente como do não deficiente e ainda como do deficiente em relação a outro deficiente. Segue abaixo um link sobre relacionamento  que deram certo:

 

http://revistacriativa.globo.com/Criativa/0,19125,ETT1059409-2245,00.html

 

para finalizar gostaria que divulgassem o blog, e outra novidade toda quarta das 16:30 as !7:30 vo ta fazendo conferencia no skype meu usuario é :lucasrdantas ou procurem Lucas Dantas em Marília. espero vocês, ate o fim do ano lançarei também um cd sobre inclusão

 

Lucas Dantas

lucasrdantas@gmail.com